terça-feira, 8 de julho de 2008

sábado, 5 de julho de 2008


Solidariedade a um companheiro ácrata!

Segue relatos do companheiro Moésio Rebouças, militante anarquista e ecologista, que vem sendo ameaçado pelo poder municipal de Cubatão. Moésio tem exercido importante contribuição junto ao movimento libertário através da A.N.A. (Agência de Notícias Anarquistas), que em longa data vem distribuindo informação sobre a atuação anarquista mundial. A nós compete a solidariedade e apoio à este companheiro, e manifestarmos nossas vozes e espandirmos a informação, contrários ao reacionarismo dos edis e secretários daquele município.
Fui ameaçado...
Não é legal escrever na primeira pessoa. Nem me coloco como vítima, perseguido, coitadinho ou coisa do tipo. Mas vejam só. Hoje, quarta-feira, dia 2 de julho, no meio da tarde, apareceu aqui em casa um "guarda-costa" a mando do secretário do meio ambiente de Cubatão, o Coronel da Reserva do Exército Eduardo Silveira Belo, com o seguinte recado, em resumo: "pára de denunciar e escrever contra a Secretaria Municipal do Meio Ambiente".
A pessoa que veio aqui em casa é meu conhecido, e falou que eles, os poderosos, tinham se reunido dias atrás e resolveram me "derrubar", só não fizeram isso porque essa pessoa disse que me conhecia, contemporizando que eu era um cara legal, e argumentando com seus parceiros que iria me procurar e conversar comigo, para que eu desse um tempo nas denúncias, deixasse passar as eleições, escrevesse sobre outras coisas que não enfocasse o meio ambiente e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Essa pessoa ainda me ofereceu um trabalho “bem remunerado” para que eu ficasse quieto, “na minha”, e passasse para o lado deles, da atual administração municipal.
Semanas atrás uma pessoa próxima do secretário Eduardo Silveira Belo, já tinha passado um recado para a minha mãe, dizendo que era para eu ficar “esperto”, que o Coronel Belo estava de olho em mim.
Diante disso, muito poderia ser escrito, mas fica só um alerta, se por acaso acontecer algo a minha vida, com certeza o atual secretário de meio ambiente da cidade de Cubatão estará envolvido como mandante.
Enfim, sigo meu caminho, sem se curvar para o dinheiro nem para nenhuma autoridade, e na companhia e defesa da Liberdade e da Natureza.
Moésio Rebouças

2º relato

Algumas palavras... Antes de mais nada, gostaria de expressar meus sinceros agradecimento à todo/as o/as amigo/as e companheiro/as que me enviaram mensagens de apoio, solidariedade e força, que fizeram a notícia correr mundo afora. Muito obrigado!Agora, vou relatar brevemente um fato que ocorreu hoje à tarde, quinta-feira, 3 de julho, comigo e o motorista do secretário do meio ambiente. Parece que este indivíduo é um ex-policial militar, e trabalha na prefeitura como comissionado, tenho que confirmar.Bem, estava eu indo tirar algumas xerox no centro da cidade, e, por acaso, cruzei com esta pessoa na frente de um logradouro público, então, sem mais nem menos, o sujeito começou a me xingar em voz alta, no meio da rua, de “vagabundo”, "vai arrumar o que fazer", “jornalista safado que só fica escrevendo contra quem trabalha pelo bem da cidade”, “se você é corajoso vai lá falar tudo na cara do coronel” e outros destemperos mais. Aliás, este indivíduo é o mesmo que uma semana atrás falou para a minha mãe que era para eu ficar "esperto", que o coronel Bello estava de olho em mim. Me senti acuado diante da situação, e vi que não dava para conversar com ele, assim saí andando, até mesmo porque percebi que ele estava acompanhado de outras pessoas. Minha mãe conhece este sujeito, o motorista do secretário, desde criancinha. Ela pretende brevemente ter uma conversa com ele e o coronel Bello cara-a-cara. Minha mãe é guerreira e não costuma baixar a cabeça para ninguém!A minha estratégia neste episódio todo é não ficar em silêncio, apesar do risco real que corro, afinal estou lidando com gente com espírito militarista, rasteiro, com perfil da época da ditadura militar no Brasil, que não aceita nenhum tipo de crítica. E é ir divulgando tudo o que aconteça comigo, explicitar essas ameaças por todos os meios. Amanhã ou segunda-feira vou no ministério público relatar todo o caso. Também na Promotoria do Meio Ambiente. Grupos de Direitos Humanos já estão sabendo do episódio. Minha família também já está vendo os trâmites legais, da justiça. E quem quiser ir divulgando o fato entre seus amigo/as e redes, fiquem a vontade, quanto mais gente ficar sabendo das ameaças, que no fundo não é contra mim, mas à todo/as que se levantam contra a destruição da natureza e os vários autoritarismos vigentes neste país e no mundo.Acredito que o autoritarismo, o fascismo, e o coronelismo do secretário se explicitou devido ao fato que dias atrás saiu um texto meu num jornal local que abordava a morte de um jacaré dentro de um parque ecológico municipal. Penso que essa foi a gota d'água para a reação dele. Apesar que já faz alguns anos que venho escrevendo e denunciando várias agressões à diversidade da vida na cidade, onde muitas vezes a Secretaria do Meio Ambiente é feitora, omissa e cúmplice. O que era comum no secretário era rebater as minhas cartas e textos, mas nunca tinha chegado a esse ponto da ameaça explícita.Segundo me informou um “veterano” ambientalista aqui da cidade, o secretário do meio ambiente de Cubatão, Eduardo Silveira Bello, é aposentado da Polícia Militar, na patente de Coronel 3 Estrelas gemadas. Foi chefe da Casa Militar do Governador Franco Montouro e Comandante da Policia Florestal de São Paulo. Apesar de ele ser secretário do meio ambiente de Cubatão, ele não mora e nunca morou nesta cidade, e sim no Guarujá.Por fim, alguns compas me pediram o e-mail do secretário, para que este Senhor e o Prefeito da cidade saibam que muita gente está ciente das ameaças, e que também pode ser uma forma de pressão, assim segue:Secretário Municipal de Meio Ambiente: Eduardo Silveira Bello - e-mail: meioambiente@cubatao.sp.gov.br Prefeito de Cubatão: Dr. Clermont Silveira Castor - e-mail: secretariagabinete@cubatao.sp.gov.brJá era para ter escrito antes, mas a internet da Telefônica no Estado de São Paulo ficou fora do ar por mais de 24 horas, só retornando agora a noite. É isso, sigo informando...
Moésio Rebouças

sexta-feira, 4 de julho de 2008

http://www.midia-rebelde.blogspot.com

E dizem que os alunos de escola pública não pensam...




O texto que segue, foi escrito durante o período da chamada greve dos professores de São Paulo, e foi produzido por uma aluna do ensino médio de uma escola do ensino público na periferia do Guarujá. São estes pensares jovens que alimenta minha crença em um possível futuro, nas transformações sociais a partir da base, a crença nas revoltas populares! Informo que foi preservada sua ortografia original, e por segurança do autor, deixamos seu nome anônimo!
Plante Educação e colha consciência!
Até quando? É o que muitos se perguntam. Até quando a educação de nós, crianças e adolescentes vai melhorar?
Hoje podemos perceber que a cada dia que passa, o governo, o estado e até os professores inventam alguma coisa para nós alunos sermos prejudicado,não que esta seja a intensão deles, mas, os mais prejudicados nas histórias que o governo ou nossos professores "inventam", somos nós, alunos da Rede Pública de Ensino.
Algumas pessoas dizem que já somos "grandinhos" e temos que saber o que é bom pra gente e bom para a população!@ mas como essas pessoas pedem isso para nós, adolescentes, alunos, e não dão exemplo?
Se existe destinoi, futuro nós adolescentes de hoje, seremos o futuro de amanhã, então esse é nosso destino, ser o futuro. Mas como isso será possível se os nossos educadores entram em greve, se o governo manda umas revistinhas cheias de erros de gramática! O que nos resta é perguntar e ter respostas do tal quisito: Existem pontos positivos na nossa educação? Não sabemos, pois a única coisa que encontramos são pontos negativos.
Precisamos acordar, ver que as únicas "vidas" prejudicadas são as nossas, pois no governo já tem gente estudada, formada, mas porém burra, e os professores, nem se fala! Se colhermos alguma coisa no futuro, será o lixo que os governos estão plantando hoje.
Pois bem, plante crianças, jovens e principalmente uma educação boa, para que depois não venha sentir um gosto amargo, uma consciência pesada, sentir um gosto amargo, uma consciência pesada, e ficar se remoendo por não ter tido o bom senso de ter tomado uma atitude... menos drástica e ter acabado com o futuro das crianças e dos jovens do Brasil.

Pólvora no Balaio

Os primeiros momentos de Balaio de Pólvora (virtual), apresenta, em seus primeiros momentos, uma série de falhas, erros visíveis, amadores até e horríveis: digitação sem revisão (textos carregados de erros de digitação e ortográficos), textos longos (a leitura na tela é cruel, é num universo imenso e veloz, como a internet...), espero que estas falhas não se repitam ou, pelo menos, sejam menores. O principal objetivo de Balaio de Pólvora é ser um novo espaço para a construção e desconstrução de textos; demolir os conceitos prontos e criar novos; desmoronar as idéias estabelecidas e modeladas; inquietar nossas mentes, deixá-las inquietas, transformar nossos pensares e atos a cada dia, enfim, espaço para início de combate.
Participe, adicione pólvora neste balaio!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Michel Onfray, em A Política do Rebelde, entre serus vários questionamentos, um me chamou bastante a atenção: "Quem não defendeu o fundamento do sistema de reprodução social das elites, não encontrando nada de suspeito em relação àquilo que obtêm os canoninatos como se herdassem os talentos?"
Refelxão que me leva ao auto-questionamento no momento em que no estado de SP, professores se mobilizam, se articulam para uma greve. Professores que visam revogar decreto autoritário apresentado pelo atual governador José Serra e sua aliada Maria Helena, secretária da educação.
questiono-mese não estamos mais uma vez cometendo o mesmo erro,utilizando de ações imediatistas, não que estes não sejam válidos, pois sempre há a espectsativa de surpresas, mas o que me pergunto é será que não houve colaboraçoes inconscientes dos pedagogos para a aprovação de tal decreto, fora outras medidas impostas pelo senhor governador? Sempre cumprimos suas normas, e porque não dizer que abusamos de alguns direitos para nós oferecidos, agora pergunto é os alunos: crianças, jovens adolescentes e até mesmo adultos e velhos, o que os mestres tem colaborado com estes? Será que não houve mais preocupação econômica por parte dos professores, simbolizados com sua preocupação no implante disciplinar sobre os corpos dos aprendizes?
Retorno ao passado para tentar reforçar minhas reflexões, ouvir os olvidados, educadores que foram expostos ao esquecimento, como a militante eminista e anarco-individualista Maria Lacerda de Moura, em correspondência enviada a seu comapnheiro de idéias Fábio Luz, retiro uma passagem: "Falta a educação, faltam as verdadeiras escolas. Carecemos de mestres. Carecemos de quem derrube as escolas oficiais - pseudo escolas de educação, de quem derrube os dogmas a golpes de verdades cruéis, com a ousadia dos loucos, a maneira dos martóres da ciência na idade média."
A ousadia, coragem, audácia para expormos aos discentes elementos para a vivência e sociabilidade criativa destes. Muito provavelmente falte coragem, já que os espaços institucionais nos assombra, alimenta nossa timidez, mas alguns minutos diários de discussão de torca de idéias entre todos torna-se útil para vigorarmos a ação criativa, e a possibilidade de busca de respostas aos problemas cotidianos que prendem nossos corpos e assombram nossas almas.
Talvez esteja sendo um pouco exagerado e precipitado também mas, me chateia os professores sempre se apresentarem como vítimas e ao mesmo tempo continuando a atuar como formadores de seres exclusos e até mesmo reclusos, quando não são obedecidos, mas que imporam auxilio destes em momento de "desespero", algumas vezes até com castigos.
Vale outra passagem, da correspondência, de Maria Lacerda: "Dizem que precisamos mais de açõ que de palavras, discordo. Cada momento depende do momento anterior."
Enfim, torna-se necessário não apenas nos expormos como número no centro da capital paulista mas, também, aprendermos a sermos criadores, exercermos a função de criação, e não sermos meras criaturas, necessita-se a busca de novas existências, fora dos diametros autoritários.
Tarefa difícil? acredito que sim mas, não é impossível!
Renato Lauris Junior

sábado, 21 de junho de 2008

Capitalismo ou Morte!?

Pelas vicissitudes do presente e as "glórias do passado", o tão famoso animal "racional" confluiu sempre suas energias para assegurar a própria subsistência, seja nos primórdios da "civilidade", seja nos dias de hoje.
Das tão tradicionais formas de materializar a matéria consumida pelo ser insustentável, o trabalho ocupa, atualmente, o posto de concreticidade do esforço humano para sanar o desejo enlouquecedor em consumir. O capitalismo como construção ideológica nada mais fez do que se apropriar da capacidade que o homem tem de compreender sua natureza, tanto externa ao seu eu, quanto interna, como os alicerces dos juízos, que ordenam desordenadamente a interação entre o homem e o meio. A conseqüência desse efeito contínuo de expropriação do juízo dificulta a compreensão da complexibilidade das coisas, nos lançando às buscas cegas pelos supermercados, shopping centers, enfim, representações que fazem nossos olhos brilhar e nos condicionam a gastar a quantidade de moeda obtida nas nossas intermináveis horas de trabalho.
Mais que um ato, o trabalho é uma cultura, um conjunto de hábitos, uma prática fundamentada pela história. Pelas entranhas do séc. XIX, em pleno momento de transição do antigo regime colonial britânico, a rainha dos mares, em um projeto de implantação cultural, concebeu a necessidade de ajustar a cultura ao plano liberal, baseado na liberdade de consumo, liberdade econômica, competição, etc. O país que a irradiou nada mais era que o expoente máximo da cultura liberal. Como dizia Marx, o centro do sistema capitalista.
Em sua constituição central, a de pólo irradiador, os ingleses pensaram modelos de trabalho e os aplicaram nas colônias em que a atividade produtiva era organizada sob o chicote. Não é demasiado errôneo supor que essa modalidade de trabalho desenvolveu um determinado conjunto de hábitos e costumes, constituindo uma teia cultural a partir desse referencial. É nessa teia que a Inglaterra se esbarra, e é ela que tem que ser atualizada, a fim de ser empreendida uma transição economicamente viável, que estabilize a organização interna da economia, relativa a sua mercadoria mais valiosa, o negro.
Mas as questões que envolvem essa transição são mais profundas e demandam a implantação de uma estratégia que permita re-estruturar a cultura do trabalho. Seria mesmo possível conceber a praticidade dessa idéia? Bem, para tal caro leitor, convido-o a mergulhar na mente do pensador liberalista francês Aléxis de Toqueville, que, de tanto pensar, concebeu mecanismos para emancipar paulatinamente as massas de escravos pertencentes aos franceses no séc. XIX, espelhados no projeto inglês de adestramento cívico dos negros das colônias. Porque esses homens não acabaram com a escravidão abruptamente, como fizeram os demais países? Duas motivações podem ter levado os ingleses a conceberem o projeto de reestruturação cultural e econômica implantado nas colônias. A primeira se remete às questões da economia interna. Como bem sabemos, todas as relações escravocratas são estabelecidas a partir do pressuposto que o negro constitui-se como mercadoria inscrita na movimentação econômica das colônias e a ausência de seu valor nessas movimentações desencadearia uma crise sem precedentes, desestabilizando a empedernida elite local. Por esse motivo, o trabalho escravo transformou-se em capitalístico, inscrevendo-se num processo desencadeado a partir de um projeto de libertação paulatino, em que o negro poderia vender sua mão de obra em alguns dias da semana, isentando-se, aos poucos, das relações escravocratas a que estavam submetidos. Tal costume implantado nos remete ao segundo ponto, o da reestruturação cultural, despendida a partir do treinamento subjetivo que o negro executa no ato de vender seu trabalho, assentado na cultura da competitividade. Mais do que um mero treinamento, o modelo transitório privou os negros se emanciparem por si só, pois penso que as verdadeiras emancipações ocorrem quando o próprio homem opera essa alteração de estado, quando ele se vê capaz de entender o mundo ao seu redor.
Porém, caro leitor, farei da cultura do trabalho escravo e do processo de treinamento designado ao negro plataforma histórica para elucidar um dos mundos do trabalho inscritos no presente, o mundo do trabalho estagiário.
Aqui vos peço que tenha total desapego das coisas que não lhe são suas, ou seja, peço que se desapegue das concepções que lhe foram dadas prontas, que não foram talhadas com o árduo exercício da autocrítica, para que, sem preconceitos mesquinhos e capitalísticos, possa me acompanhar ao fundo dessa investigação, que desde já lhe antecipo e aqui me valho de um termo que não é novo para me remeter a essa modalidade de trabalho, assim vos lhes apresento o escraviário.
Em primeiro plano, vou direto ao ponto sem pestanejar e faço analogia direta do trabalho exercido pelos escraviários com o dos negros das colônias inglesas em seu processo de adestramento. Aqui vos digo, caro leitor, que não é demasiada ignorância desse escritor de merda valer-se da analogia entre o trabalho escravo e o trabalho nos órgãos de estágio. O estágio tem como fim, adestrar os estudantes em áreas de trabalho que condizem com sua profissão futura, treinando-os sem remuneração em um mundo organizado pelo consumo, pela coerção, competitividade, etc. A universidade produz mais do que desempregados, ela fabrica gestores, que posteriormente, assumirão posições de destaque nas empresas, nas repartições, no capitalismo, como o treinamento cívico que os negros das colônias eram alvo.
O treinamento de mão de obra não se faz apenas nas universidades, onde a mão de obra não encontra na remuneração desse trabalho um meio para salvaguardar sua subsistência, mas nas empresas, como sub-emprego. O trabalho exercido nos porões do organograma produtivo das empresas faz dessa mão de obra instrumento para multiplicar seu lucro, ampliando os mecanismos de exploração do trabalho, fundamentados por Smith na capacidade de assalariar e gerir a produção como princípio de seu modelo econômico. No trabalho escraviário, essa relação de exploração se eleva ao passo que declina o valor da remuneração obtida pelo ato despendido pelo estagiário na geração de valor, ou seja, o escraviário executa o mesmo trabalho que um profissional na lógica de mercado, mas recebe por ele uma quantia infinitamente menor, o que possibilita ao capitalista aumentar seu lucro. Como os negros, o escraviário encontra-se sob um grau de exploração maior que o imposto pela divisão do trabalho e diferenciação valorativa dessas modalidades. O escraviário encontra-se como a extensão explorada de uma profissão, e permanece até a conclusão do seu treinamento, para posteriormente vender sua mão de obra "especializada" no mercado de trabalho.
O exercício da decomposição das coisas nos remete a refletir os métodos de adestramento dos homens, nas novas relações sociais que emergem pela história. A venda que o homem faz da sua capacidade de trabalhar hoje se opera com um fim em si mesmo, o consumismo. O treinamento proporciona, sem dúvida, melhor inserção nas diretrizes da sociedade. Por outro lado, limita os indivíduos de pensar acerca do conjunto de representações atiradas aos seus olhos, massificando-o e impedindo-o de desenvolver seu intelecto em outros ventos de liberdade.
Enfim, nos reunimos em partículas para resistirmos a massificação que o todo nos impõe. Nos agrupamos em uma tentativa desesperada de preservarmos o que ainda nos resta de liberdade, e por exercê-la, de qualquer forma, aqui vos digo que a relação de trabalho escraviário se constitui como expressão da "moderna" lógica de expropriação do trabalho alheio.
Por meus olhos, não vejo senão um mundo onde as contraditoriedades das perspectivas e a pouca reflexão acerca dos temas pautados, aceleram cada vez mais a máquina das desigualdades, cada vez mais inibe os indivíduos a pensar e atuar para, em primeiro plano, lapidar sob a vigência da autocrítica uma ética própria que os possibilite interagir com justiça em um mundo desprovido de tal.
E por acreditar em outros ventos, aqui voz falo em liberdade. Por não acreditar na bondade dos homens, vos falo de autocritica; por não aceitar a exploração que se faz sobre o trabalho desenvolvido nos estágios, lhes escrevo essas palavras, que por mais que sejam bruscas, refletem, de qualquer forma, o trabalho escraviário nos dias de hoje.
Saúde liberdade e anonimato!
31/03/08